domingo, 23 de março de 2008

Santos: O maior jardim de orla do mundo

Santos
17/3/2008



Tadeu Nascimento
Orla Atual
Raquel Santos

Além de suas praias, centro histórico bem conservado e de sua fama de município de alta qualidade de vida, Santos tem outra característica de fazer inveja a muitas cidades litorâneas brasileiras: o maior jardim frontal de praia do mundo. Com 5.335 metros de extensão e 218.800 metros quadrados de área - equivalente a 155 Jardins Botânicos do Rio de Janeiro - o jardim de Santos ganhou uma citação no GuinnesBooks, o livro dos recordes, em 2001, depois de nove anos tentando entrar para a posteridade das grandezas.

Idealizado pelo engenheiro Saturnino de Brito, o jardim começou a ser projetado em 1914. Vivia-se uma época de especulação imobiliária e para conter a expansão desordenada dos edifícios, surgiu a idéia de sua construção. No entanto, apesar da importância, a obra só teve início em 1935, pelo trecho da Praia do Gonzaga, entre os canais 2 e 3. Quatro anos depois, o jardim Aristides Bastos Machado, nome do prefeito que começou a construção, foi entregue aos moradores - e até hoje é motivo de orgulho para a região.

Do José Menino à Ponta da Praia, longos gramados em conjunto com alamedas de palmeiras, conferem um padrão único ao espaço que também conta com 1300 canteiros e mais de 100 espécies de plantas. Destaque para os lírios amarelos (Hemerocalis flava) e brancos (Spathiphiphyllum sp), biris vermelhas (Canna indica), crisântemos brancos, amarelos e mesclados (Crysanthemum sp). Como o solo não é propício ao cultivo de grande variedade de flores, usam-se folhagens coloridas para contrastar com os matizes de verde. Dentre as árvores que garantem generosos pontos com sombra, os chapéus-de-sol (Terminalia catappa) predominam - são mais de 90%.

E como desde a década de 20 o jardim tem uma função urbanística, tudo lá é pensado com o objetivo de garantir que a orla da praia esteja florida o ano todo. Por isso mesmo, o plantio das espécies e a poda dos canteiros recebem atenção especial. As plantas mais resistentes, a exemplo do lírio, ficam próximas à faixa de areia enquanto as mais delicadas estão a poucos metros da avenida.

Este é apenas um dos desafios para manter a exuberância do cartão-postal oficial de Santos. Mas vale a pena para um jardim que, além de ser o maior do mundo, traz vida e beleza para a cidade. Só para se ter uma idéia, considerando-se as mudas, são mais de 300 mil por ano fornecidas para os parques da região.

Reconhecido pelo Ginness World Records como o maior jardim frontal de praia em extensão do mundo, consta da página 196 da edição de 2001 do livro e também do site do grupo. Para conferir basta acessar www.guinnessworldrecords.com , digitar Gardens na janela de busca Keyword Search e clicar o ícone GO. Com 5.335 m de comprimento, largura entre 45 e 50 m e 218.800 m2 de área, essa vegetação arremata toda a faixa de areia, desde o José Menino até a Ponta da Praia. Longos gramados, em conjunto com alamedas de palmeiras e 19 espécies de arbustos isolados, conferem-lhe um único padrão. Conta com 719 canteiros. Nos que recebem primeiro o vento sul são plantadas espécies mais resistentes, formando uma barreira que protege os canteiros internos. Estes dispõem de 77 espécies de flores de tipo perene, com predominância de lírios amarelos (Hemerocalis flava) e brancos (Spathiphiphyllum sp), biris vermelhos (Canna indica), crisântemos brancos, amarelos e mesclados (Crysanthemum sp). Como o solo não é propício ao cultivo de grande variedade de flores, usam-se folhagens coloridas para contrastar com os matizes de verde. Levantamento botânico indica a existência de 1.746 árvores, das quais 943 são palmeiras de pequeno e médio porte, de 21 espécies diferentes. Das 803 árvores restantes, os chapéus-de-sol (Terminalia catappa) são responsáveis por mais de 90% . Mantido por 38 funcionários, o jardim nasceu, como idéia, em 1914, idealizado pelo engenheiro Saturnino de Brito. Na década de 20 surgiram jardins próximo aos hotéis, seguidos pelo aforamento de trechos da orla a construtoras. Mas um movimento liderado pelo poeta Vicente de Carvalho e o então prefeito, Joaquim Montenegro, conseguiu a cessão da área para o município, em 1922. Longe do conceito de Cidade-Jardim proposto por Saturnino, em 1930 foi construído um trecho com traçado retilíneo em estilo clássico. Adotou-se o mesmo estilo em 1935, quando se iniciaram obras a partir do Gonzaga, sendo a primeira parte concluída em 1939. Nos anos 50, com a duplicação das avenidas da praia, o jardim perdeu mais de 15 Km2. Em 1960 recebeu o atual traçado curvilíneo, projetado pelo engenheiro Armando Martins Clemente.